Em uma conversa cativante com Auritha, mergulhamos nas raízes de sua jornada fascinante, repleta de curiosidade desde a infância. Descobrimos como sua ligação com a natureza e a xilogravura se entrelaçam para dar vida à sua obra e a história de como nasceu na aldeia e encontrou seu caminho até São Paulo. Auritha, uma ávida entusiasta do cordel, também compartilha suas experiências ao crescer em meio à cultura do Ceará, onde os cordelistas eram predominantemente homens. Aos poucos, ela foi conhecendo mulheres indígenas escritoras de cordel e de outros estilos literários, tendo contato com muitas escritoras quando se mudou para a capital paulista. Entretanto, a transição para a cidade grande trouxe desafios culturais e preconceitos que sempre marcaram a vida de Auritha. A indiferença, o concreto sem verde e a crítica social a empurraram de volta à sua terra natal. No entanto, ela regressou com seu livro de cordel em mãos, obra que narra sua infância e juventude. O ponto alto dessa história surge quando a avó de Auritha, incapaz de ler à maneira convencional, folheia o livro e o deixa de lado, aparentemente indiferente, mas depois compartilha a história escrita pela neta na roda de conversa da aldeia, demonstrando a força das imagens e da oralidade. Auritha oferece um valioso mergulho na cultura nordestina e no universo do cordel, proporcionando uma perspectiva única de uma mulher indígena. Sua história é uma lição de vida que merece atenção e apreciação.